Por Alexandre Passos Bitencourt
Existe algumas coisas na educação que são muito estranhas, uma delas a qual quero enumerar neste breve texto, é a hilária tentativa de proibir os alunos a usarem o celular em sala de aula, na verdade existe até a LEI Nº 12.730, DE 11 DE OUTUBRO DE 2007, que proíbe o uso do celular por parte dos alunos em sala de aula no estado de São Paulo. Como se os três artigos que compõem a tal lei fossem suficientes para convencer os alunos que eles em sua maioria, nasceram no Séc. XXI, mas precisam aprender a se comportarem em uma escola do Séc. XX. Claro que esta lei não faz nenhum sentido, principalmente, nos dias de hoje, onde o celular não é um adorno de luxo, mas sim, um rico instrumento, que além de ser um objeto de entretenimento para as pessoas que gostam de jogar, pois são vários os aplicativos de jogos para a pessoa escolher o que mais se adeque ao seu gosto, como também é um meio de interação entre as pessoas, através do acesso às redes sociais.
Em contrapartida à descabível
e desastrosa postura da escola em continuar insistindo na tentativa frustrada
de proibir o uso do celular em sala de aula, por acreditar no infundado dogma
de que este, atrapalha a aprendizagem dos alunos, pois eles precisam aprender
os conteúdos que a escola escolheu para eles, pois é essa a especialidade da
escola, ensinar conteúdo, fez isso no passado e continua fazendo, porque é só
isso que ela sabe fazer. Existe hoje na cidade de São Paulo o projeto chamado de WIFI LIVRE SP, que tem como
coordenação a Secretaria Municipal de Serviços com apoio técnico da PRODAM –
Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo,
que contrasta com as escolas públicas que guardam as senhas de acesso à rede
WIFI, escondida a sete chaves. É óbvio que o uso do celular e o acesso livre às
redes WIFI, não vai resolver os problemas da educação que são diversos, mas
certamente, também não vai ser objeto para o fim da educação, como muitos
pensam, ao contrário, será o reconhecimento da escola que já estamos há 15 anos
do séc. XXI.
Em reportagem veiculada na
revista Nova Escola Nº 284 de agosto de 2015, mostra que a iniciativa de
escolas na Bahia e em São Paulo em fazer o uso do celular como recurso
pedagógico para aprendizagem dos alunos e também como meio de interação entre
escola e família tem dado certo. Então por que a escola não abraça essa iniciativa
da prefeitura de São Paulo e de empresas privadas em liberar WIFI? Por que a
escola não é assim? Por que a escola insiste na perenização do quadro negro,
acompanhado de conteúdo?
Segundo Coll
e Monereo em seu livro, "Psicologia da Educação Virtual", uma escola,
uma equipe docente, um professor, com muitos anos de experiência usarão as TCIs
(Tecnologia da Comunicação e Informação) apenas como complemento de suas aulas
expositivas de leituras e exercícios auto administráveis, mas dificilmente
farão uso das TCIs como ferramenta para que os alunos possam interagir e
contrastar informações diversas sobre variados temas, ou seja, uma interação
faz sentindo quando é real, quando ocorre entre seres viventes, no entanto,
hoje em dia, graças a capacidade do ser humano, no que diz respeito ao
desenvolvimento da tecnologia, é possível haver interação real sem
necessariamente haver a presença de mais de um corpo no mesmo ambiente, isto é,
podemos interagir e contrastar ideias diversas, com outra pessoa ou mesmo com
grupos de pessoas ao mesmo tempo sem a necessidade do contato físico, porém
para isso acontecer é necessário estarmos conectados em redes.
Caso
contrário, a interação será sempre a mesma.